Catástrofe ambiental: os efeitos adversos provocados pela ausência de grandes predadores
Quando
falamos de cadeia alimentar, pensamos nas relações estabelecidas entre
os seres vivos durante o processo de obtenção de alimentos. Em suma,
cada organismo alimenta-se de uma gama de outros seres vivos, e assim
sucessivamente, num continuum cíclico: a cadeia alimentar.
Há
também um conceito mais amplo, que é o da teia alimentar. Essa se
constitui de um conjunto de cadeias alimentares interligadas por tipos
alimentares comuns aos organismos. Dessa maneira, os mais variados
ecossistemas se mesclam e o ambiente se organiza.
Uma cadeia trófica ou alimentar é constituída por produtores,
representados por organismos autótrofos, ou seja, aqueles capazes de
obter alimentos a partir de substâncias inorgânicas, como os vegetais; e
por organismos heterótrofos, aqueles que obtêm alimento ingerindo outro
ser vivo, como um vegetal ou um animal; esses são os consumidores, representados
pelos animais. Nesse nível trófico há vários tipos de consumidores
(primários, secundários, terciários, quaternários, etc.). Por último,
temos os decompositores, categoria formada por seres
que decompõem a matéria orgânica de animais mortos. Seus representantes
são as bactérias e os fungos.
Entre
os consumidores, existem aqueles que ocupam o topo da cadeia. Esses são
representados por predadores que não possuem predador. São exemplos:
leões, tigres, lobos e tubarões. Por muito tempo se acreditou que a
retirada desses seres, ou até mesmo sua diminuição, não afetaria o
ambiente ou, se afetasse, não causaria grandes impactos, já que eles se
encontram no topo da pirâmide trófica. Ledo engano!
Legenda: Os lobos estão no topo da cadeia alimentar. Recentemente, os lobos-cinzentos (Canis lupus)
foram retirados da lista de espécies ameaçadas de extinção pelo
Congresso dos Estados Unidos. Tal decisão não tem apoio dos
conservacionistas nem dos cientistas. Credito: Fremlin. Licenciado por
Creative Commons Atribuição 2.0 Genérica.
Um
estudo realizado por pesquisadores da área de conservação e ecologia de
várias universidades aponta que a diminuição dos grandes predadores
compromete a dinâmica de funcionamento de um ecossistema nos níveis
biótico (seres vivos) e abiótico (luz, água, temperatura). Para
comprovar tal comportamento você poderá utilizar o simulador de Relações Alimentares.
Os
cientistas observaram que um decréscimo da população de lobos no Parque
Yellowstone modificou a população de alces não só em número, como
também em hábitos, pois eles passaram a pastar em áreas que
anteriormente eram restringidas por aqueles predadores. Logo os
castores, que se alimentavam dos vegetais presentes nessas áreas
começaram a passar fome ou procurar outra fonte de alimentos. Pronto: o
desequilíbrio se estabeleceu. Para retomar as condições anteriores, foi
necessária uma reintrodução de lobos no parque.
Outro
exemplo estudado é o da redução do número de felinos em Utah. Essa
ausência trouxe reflexos negativos ao ecossistema, como perda da
vegetação, alteração do fluxo de canais de água e aumento do número de
cervídeos.
Com
esses estudos, fica comprovado que os predadores no topo da cadeia
trófica são fundamentais para o ecossistema como um todo, o que e
derruba o conceito errôneo em ecologia de que a retirada desses animais
interfere muito pouco em um ambiente.
Fonte: http://blog.educacional.com.br/blog_bio/o-problema-do-lixo-nos-oceanos/comment-page-1/#comment-1012
Nenhum comentário:
Postar um comentário